Robertson Frizero

Escritor, tradutor, dramaturgo e professor de Criação Literária

Apresentamos cinco diferentes obras literárias que foram adaptadas para o cinema. São livros de épocas e escolas literárias diferentes e que foram trazidos às telas em diferentes contextos audiovisuais.

Esta série de cinema e literatura visa ampliar nossa percepção sobre o processo de escrita criativa. Além disso, oferece-nos a oportunidade de nos aproximar de obras literárias que foram transpostas para o audiovisual.

Livro e filme, duas linguagens fascinantes

Vale lembrar que livro e filme são duas coisas diferentes. A obviedade da frase anterior tem uma razão de ser, isso porque é muito comum que se compare livros e filmes para afirmar que um é melhor que outro, quando, na verdade, sequer deveriam ser comparados como linguagens idênticas.

Já falamos aqui sobre as dificuldades de adaptar um filme. O bom, no entanto, é que sempre é possível fazer novos filmes sobre livros que já foram adaptados anteriormente, oferecendo sempre novas interpretações cinematográficas para obras literárias.

Cada linguagem com seu fascínio, limites e possibilidades. Talvez esteja aí a riqueza de pensarmos o quão proveitoso é para nossa prática de escrita ver bons filmes. Ou, no caso dos realizadores audiovisuais, desfrutar de boa literatura de ficção para pensar e aprimorar os roteiros cinematográficos.

Conheça cinco filmes adaptados de livros e que foram sucesso nas telinhas

Harry Potter (2001-2011), de Chris Columbus, Mike Newell, Alfonso Cuarón e David Yates

A saga do bruxinho de Hogwarts e seus amigos foi escrita em sete volumes pela escritora britânica J. K. Rowling e adaptada para o cinema em oito filmes: Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001), Harry Potter e a Câmara Secreta (2002), Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004), Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005), Harry Potter e a Ordem da Fênix (2007), Harry Potter e o Enigma do Príncipe (2009), finalizando com as duas últimas Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (2010) e Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (2011).

Apresentamos a seguir o trailer do primeiro filme em homenagem aos nostálgicos.

Jurassic Park, de Steven Spielberg

Sim, Jurassic Park é um filme adaptado de um livro, você sabia? A obra, uma distopia de Michael Crichton, foi publicada em novembro de 1990 e exibida nas salas de cinema em 1993, pouquíssimo tempo depois. O livro tem como pano de fundo a “teoria do caos” e as consequências quando um parque povoado por dinossauros, recriados a partir da engenharia genética, entra em colapso. O filme foi dirigido por Steven Spielberg.

Os miseráveis, de Tom Hooper

No original, em francês, Les Misérables (Os Miseráveis), é um romance de Vitor Hugo publicado em 1862. Essa é uma obra que teve muitas adaptações para o audiovisual, não somente para o cinema. O história retrata uma França provincial, sobretudo na vida dos pobres parisienses, tendo como protagonista Jean Valjean, protagonizado em sua última adaptação para o cinema por Hugh Jackman.

A lista de Schindler, de Steven Spielberg

Esse comovente filme, exibido pela primeira vez em 1993 foi também dirigido por Steven Spielberg. Ele é inspirado no livro Schindler’s Ark, do romancista australiano Thomas Keneally, publicado em 1982. A história é inspirada na trajetória de Oskar Schindler, um industrial alemão sudeto, espião e membro do Partido Nazi, que salvou da morte 1200 judeus durante o Holocausto. Ele empregava essas pessoas em suas fábricas localizadas onde hoje ficam Polônia e República Checa.

O Evangelho segundo São Mateus, de Pier Paolo Pasolini

A Bíblia é o livro mais vendido do mundo. Formada por diversos tomos, um dos evangelhos, o de São Mateus, serviu de inspiração para a provocadora obra de Pasolini que foi exibida em 1964. Com um Jesus que desconstrói uma imagem muito idílica a seu respeito, este filme foi tão importante no seu contexto de aparição que foi elogiado pelo Vaticano, que costuma não se manifestar a respeito de adaptações cinematográficas do evangelho.

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Roberson Frizero é escritor, tradutor, dramaturgo e professor de Criação Literária. É Mestre em Letras pela PUCRS e Especialista em Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras pela UFRGS. Sua formação inclui bacharelado em Ciências Navais pela Escola Naval (RJ). Seu livro de estreia, Por que o Elvis Não Latiu?, foi agraciado pelo Prêmio CRESCER como um dos trinta melhores títulos infantis publicados no Brasil. Seu romance de estreia, Longe das Aldeias, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, do Prêmio Açorianos de Literatura e escolhido melhor livro do ano pelo Prêmio Associação Gaúcha de Escritores – AGES. Foi, por três anos consecutivos, jurado do Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro – CBL.

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