Robertson Frizero

Escritor, tradutor, dramaturgo e professor de Criação Literária

É lugar comum quando se trata de literatura afirmar que os escritores precisam ter um repertório e quanto mais vasto melhor. Isso é verdade. Mas é verdade também que essa bagagem é construída por elementos de diferentes dimensões, que vão de referências mais eruditas à cultura pop.

A ideia deste texto partiu de um diálogo de whatsapp entre Robertson Frizero e seu filho, Gustavo, que comentou que tinha percebido uma referência a Edgar Allan Poe em um episódio de Duck Tales, no qual o personagem irmão de Maga Patalógica se transformava em um corvo.

Longe das aldeias (Porto Alegre: Dublinense, 2021), romance de Frizero, também é cheio de referências a aspectos e traços culturais muito marcantes do Ocidente. Ficou curioso? Ouça o episódio O que há em um nome? do Podcast Clube de Criação Literária e descubra.

Clássicos da literatura revisitados na cultura pop

Quando Lavoisier afirmou que “na natureza nada se cria, tudo se transforma” estava falando de filosofia da ciência. Mas bem que esta frase faz certo sentido em literatura.

É claro que não estamos falando de plágio ou qualquer coisa do tipo, mas de um uso criativo de referências em obras autorais. É, mais ou menos, o que faz Woody Allen em Meia noite em Paris, filme de 2011, em que o personagem principal se encontra – em um realismo mágico – com vários escritores clássicos da literatura.

História da arte em animações infantis

As produções voltadas às crianças são ainda mais legais, pois vão abastecendo o imaginário infantil, ainda que inconscientemente, com autores e obras clássicas da literatura. Vejamos dois exemplos.

A animação Duck Tales, aquela famosa do “Tio Patinhas” a que nos referimos anteriormente, tem vários episódios em que Poe, vilão junto com Maga Patalógica, aparece com destaque.

https://www.youtube.com/watch?v=Vjo0s5VXZpY

Outro desenho animado em que se recorre a estas referência é o episódio da Espanha de Masha e o Urso, em que há uma cena que representa Dom Quixote e Dulcineia, daquele que é um dos maiores livros da história da literatura ocidental escrito por Miguel de Cervantes.

Uma passagem igualmente interessante é quando o urso aparece pintando quadros de artistas famosos com seus respectivos estilos como Diego Velásquez, Pablo Picasso e Salvador Dali.

Reprodução de quadro relativos a Diego Velasquez, Pablo Picasso e Salvador Dali na animação Masha e o Urso
Reprodução Youtube com quadros no estilo de Velasquez, Picasso e Dali.

O que são “easter eggs”

A expressão “easter egg”, que se refere literalmente a “ovo de páscoa”, no universo da criação artística diz respeito a referências que aparecem em obras, mas cujo autor as deixa “escondidas”.

Contudo, essa terminologia tem mais a ver com obras audiovisuais – filmes, jogos, animações, sites – que, propriamente, literárias. Outra particularidade é que os easter eggs são sempre apresentados em tom humorístico, funcionam, mais ou menos, como pegadinhas.


Clube de criação literária

Clube de Criação Literária é uma dessas ações de mecenato coletivo – neste caso, em favor do escritor e tradutor Robertson Frizero. Mas, como o próprio nome sugere, é uma ação de mecenato que traz, também, uma ideia inovadora no campo da formação continuada em Escrita Criativa.

Associando-se ao Clube, o participante colabora com o mecenato coletivo e tem acesso a conteúdo exclusivo sobre Criação Literária:

  • Material didáticoartigos resenhas de livros de interesse na área de Criação Literária;
  • Reuniões on-line e debates sobre Criação LiteráriaLiteratura Mercado Editorial;
  • Vídeos, áudios, apresentações e sessões de mentoria literária em grupo;
  • Sorteios mensais de livros e serviços de mentoria literária individual e leitura crítica.

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Roberson Frizero é escritor, tradutor, dramaturgo e professor de Criação Literária. É Mestre em Letras pela PUCRS e Especialista em Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras pela UFRGS. Sua formação inclui bacharelado em Ciências Navais pela Escola Naval (RJ). Seu livro de estreia, Por que o Elvis Não Latiu?, foi agraciado pelo Prêmio CRESCER como um dos trinta melhores títulos infantis publicados no Brasil. Seu romance de estreia, Longe das Aldeias, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, do Prêmio Açorianos de Literatura e escolhido melhor livro do ano pelo Prêmio Associação Gaúcha de Escritores – AGES. Foi, por três anos consecutivos, jurado do Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro – CBL.

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